Bullying contra autistas: o caso da participante do BBB

12/01/2024
Fernanda Bande - DIVULGAÇÃO / GLOBO
Fernanda Bande - DIVULGAÇÃO / GLOBO

A recente revelação de Fernanda Bande, participante do BBB 24 abriu a discussão sobre o tema. Saiba como o bullying afeta os autistas e o que fazer para combatê-lo. 

Você sabia que cerca de 2% da população brasileira é autista? Isso significa que há mais de 4 milhões de pessoas no espectro autista no país, sendo a maioria crianças e adolescentes. Esses indivíduos têm direito à educação de qualidade, respeito e dignidade, assim como qualquer outro cidadão. No entanto, muitos deles enfrentam uma realidade cruel e dolorosa nas escolas: o bullying.

O bullying é uma forma de violência que envolve agressões físicas, verbais ou psicológicas, repetidas e intencionais, contra alguém que é percebido como diferente ou vulnerável. O bullying pode causar danos irreparáveis à saúde mental e emocional das vítimas, afetando seu desempenho escolar, sua autoestima e sua capacidade de se relacionar com os outros.

O bullying contra autistas é especialmente grave, pois eles têm características que os tornam mais propensos a serem alvo de discriminação e exclusão. Muitos autistas têm dificuldades em comunicação social e comportamento adaptativo, o que significa que eles podem não entender as regras sociais implícitas, as expressões faciais e corporais, as ironias e as piadas. Eles também podem ter interesses específicos, rotinas rígidas, sensibilidade sensorial e formas diferentes de aprender e se expressar.

Essas diferenças, que deveriam ser respeitadas e valorizadas, são muitas vezes motivo de chacota e isolamento por parte dos colegas. Alguns exemplos de bullying contra autistas são: imitar seus gestos, sons ou falas; chamá-los de nomes ofensivos; ignorá-los ou excluí-los das atividades; empurrá-los, bater neles ou jogar objetos neles; espalhar rumores ou mentiras sobre eles; forçá-los a fazer coisas que não querem ou que os machucam; invadir seu espaço pessoal ou tocar em seus objetos sem permissão; e até mesmo abusar sexualmente deles.

O bullying contra autistas é um fenômeno alarmantemente comum, mas subnotificado. Muitas vezes, as vítimas não conseguem denunciar ou se defender, por medo, vergonha ou dificuldade de comunicação. Os pais e os professores também podem não perceber ou não saber como lidar com a situação. Além disso, há uma falta de dados oficiais e de pesquisas sobre o tema no Brasil, o que dificulta a compreensão da dimensão e da gravidade do problema.

Este assunto voltou à tona recentemente, após a revelação de Fernanda Bande, participante do BBB 24 (Big Brother Brasil 24), sobre o bullying sofrido por seu filho Marcelo, de 11 anos, que é autista. Fernanda contou que seu filho foi agredido fisicamente por colegas da escola, que chegaram a quebrar seu braço. Ela também disse que ele sofreu abusos psicológicos, como ser chamado de "retardado" e "anormal". Fernanda afirmou que denunciou o caso à direção da escola, mas não obteve nenhuma providência.

Este episódio, embora trágico, serve como um importante lembrete do chamado à ação. É preciso que a sociedade, em especial as instituições educacionais, tome medidas urgentes e efetivas para prevenir, combater e punir o bullying contra autistas. Algumas dessas medidas são:

  • Educação Inclusiva: Implementar programas de conscientização nas escolas para educar alunos e professores sobre o autismo e promover a inclusão. Esses programas devem abordar temas como a diversidade, o respeito, a empatia, a cooperação e os direitos humanos. Eles também devem ensinar estratégias de comunicação, interação e adaptação para facilitar a convivência entre autistas e não autistas.
  • Políticas de Tolerância Zero: Estabelecer e reforçar políticas claras contra o bullying nas instituições educacionais. Essas políticas devem definir o que é o bullying, quais são suas consequências, como identificá-lo, como denunciá-lo e como combatê-lo. Elas também devem prever sanções para os agressores e apoio para as vítimas e suas famílias.
  • Capacitação Profissional: Oferecer cursos de formação e atualização para os profissionais da educação, especialmente os que lidam diretamente com os alunos, sobre o autismo e o bullying. Esses cursos devem fornecer conhecimentos teóricos e práticos sobre as características, as necessidades e os direitos dos autistas, bem como sobre as formas de prevenção, intervenção e acompanhamento dos casos de bullying.
  • Acompanhamento Psicológico: Disponibilizar serviços de psicologia nas escolas para atender às demandas dos alunos, dos pais e dos professores envolvidos em situações de bullying. Esses serviços devem oferecer orientação, suporte, terapia e encaminhamento para outros profissionais ou instituições, quando necessário.

O bullying contra autistas é um problema sério, que afeta milhares de pessoas no Brasil e no mundo. É preciso que todos nós nos mobilizemos para mudar essa realidade e garantir que os autistas tenham uma vida digna, feliz e plena. O autismo não é uma doença, nem um defeito, nem uma maldição. É apenas uma forma diferente de ser e de estar no mundo. E o mundo precisa de mais diversidade, de mais amor e de mais paz. 💙

Espero que você tenha gostado do meu post. Se você quiser saber mais sobre o autismo e o bullying, você pode pesquisar no Bing por esses termos ou por outros relacionados. Você também pode acessar os seguintes sites:

Pro Atitude Educacional